14.6.13

Placas: vandalismo custa R$ 1,5 milhão por ano no Rio

RIO — Letras e números arrancados, adesivos colados, pichação e até tiro ao alvo. As mais variadas formas de vandalismo contra a sinalização de trânsito da cidade custam cerca de R$ 1,5 milhão por ano aos cofres do município. Esse é o gasto estimado da fábrica de placas da CET-Rio, em São Cristóvão, para repor as peças danificadas pelos cariocas, incluindo custos de fabricação, pessoal e material para instalação. Do galpão na Rua Bela, saem todo mês cerca de duas mil placas (ou 500 metros quadrados delas). Desse total, 5% substituem peças vandalizadas e 45% repõem as que ficaram velhas, segundo o gerente de manutenção de sinalização da CET-Rio, Fabrício Costa Borges. Há cinco anos na função, ele já consegue identificar as práticas mais comuns em certas regiões:
— Na Zona Sul e no Centro, tem muitos casos em que colam adesivos sobre as placas ou que retiram parte da informação. Se tem indicação de duas vagas para deficiente, arrancam o dois, por exemplo. Na Lapa, também colam muitos adesivos, propaganda. Na Zona Oeste, temos mais casos de pichação. Já o roubo de placa para venda do alumínio é um problema generalizado. Nosso orçamento anual está em torno de R$ 25 milhões, mas gastamos mais de 5% dele com os casos de vandalismo, porque repor as peças tem um custo operacional mais alto — explica.
Com 23 funcionários atuando na fábrica ou nas ruas, e em meio a símbolos como o de proibido estacionar, pictogramas de ônibus, guilhotinas e tintas, Borges diz que trabalha tentando imaginar os atos de vandalismo que podem ser cometidos. A ousadia dos motoristas que são multados em algum ponto de fiscalização eletrônica e, para poder recorrer da multa, decidem arrancar ou pichar a sinalização, teve como resposta a instalação de placas em alturas difíceis de alcançar. A próxima arma da equipe entra em teste nas próximas semanas: uma espécie de verniz cobrirá a sinalização e permitirá que qualquer pichação seja removida com um pano. Cada metro quadrado salvo significa uma economia que varia entre R$ 207 e R$ 460, dependendo do tipo da placa.
Na última quinta-feira, ficou pronto um conjunto de 146 peças para o Caju. Segundo Borges, a pacificação das comunidades da área abriu espaço para instalar a sinalização:
— Em toda favela pacificada, revitalizamos a sinalização horizontal e vertical. Fizemos toda a Rocinha e o Vidigal entre 2011 e 2012. Mas ainda enfrentamos problemas pela cidade. Ontem mesmo (última quarta-feira), nossa equipe sofreu represálias numa comunidade não pacificada em Irajá. Sempre tem alguém para dizer que estão de olho, que é melhor ir embora.

                 Há 19 anos na fábrica, Roberto guarda mais uma placa pronta (Gustavo Stephan / O Globo)

Fonte : O GLOBO (DIA 11/06/2013)

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